Você já ouviu falar em marketing de comunidade? Não, não é um novo tipo de pirâmide financeira. Também não tem nada a ver com o finado Orkut.
No ano de 1983 a Harley-Davidson, famosa marca de motocicletas, passava pela maior crise desde a sua fundação em 1903, correndo sério risco de falir.
A estratégia utilizada pela empresa para sair do vermelho numa era pré-internet não se baseou em ideias mirabolantes ou hacks infalíveis. A Harley-Davidson focou na percepção humana da marca através da criação de comunidades de pessoas ao redor do seu nome.
O objetivo era engajar um grupo de consumidores que representassem o estilo de vida incorporado pela marca, tornando isso também um estilo de vida próprio.
Foram criados centros de treinamento personalizados para ensinar quem não sabia pilotar motocicletas, um museu foi aberto em Milwaukee para contar a história da marca e uma extensa lista de acessórios foi criada.
Tudo isso contribuiu para que os consumidores tivessem boas experiências e criassem um vínculo com a marca, fazendo parte de uma comunidade.
Mas, e como construir uma comunidade engajada na internet?
O que é marketing de comunidade
Primeiro vamos entender o conceito de marketing de comunidade. De acordo com o blog de Inteligência Corporativa da Rock Content, “é uma estratégia de marketing que tem o objetivo de criar uma presença de marca — bem como sua visão e valores — e uma relação mútua de comunicação entre seus membros“.
Ou seja, em linhas gerais, podemos dizer que o marketing de comunidade é um conjunto de ações de marketing que visa estreitar os laços entre a empresa e seus consumidores, onde eles também são vozes ativas dentro dos canais de comunicação.
Como construir uma comunidade engajada
Para exemplificar toda essa teoria, separei três exemplos de ferramentas que você pode utilizar para construir uma comunidade engajada de forma online.
1 – Pinterest
Há um tempo atrás contei no meu blog a história das Irmãs Alcântara, do Tudo Orna, que transformaram um blog em diversos negócios –– de linha de maquiagem à cafeteria.
As iniciativas lançadas por elas criam uma conexão direta com quem partilha dos mesmos valores e se identifica com o que as irmãs acreditam. Ou seja, criam um senso de comunidade.
Esse senso de comunidade pode ser visualizado na página do Tudo Orna no Pinterest. Elas vendem mais do que acessórios ou maquiagens. Vendem um estilo de vida que pode ser compartilhado e “pinado” através de imagens bem produzidas dentro de uma comunidade com mais de 500 mil seguidores.
O Pinterest é uma ótima ferramenta para construir uma audiência orgânica. A Laís Schulz, criadora do curso Pinterest para Blogs e uma das maiores referências do Brasil no assunto, tem números impressionantes de tráfego gerado para o seu blog através da rede.
Inclusive, ela agora ensina suas estratégias no curso online Pinterest para Blogs –– estou inscrito e espero compartilhar em breve meus resultados com vocês.
2 – Podcast
Podcasts estão mais em alta do que nunca. Criar um podcast focado em determinado nicho e trazer convidados para debater temas relevantes é uma ótima maneira de engajar a sua comunidade.
Por ser parte da comunidade de nômades digitais brasileiros espalhados por aí, meu exemplo favorito neste sentido é o Podcast Nômade, do Heitor Alves, que recentemente completou 1 ano no ar –– dia 10/02/2020 vai ao ar o episódio que gravei como convidado do podcast.
O Heitor conseguiu a incrível façanha de reunir as histórias de diversos nômades brasileiros, uns já conhecidos dentro da nossa bolha, outros nem tanto, em episódios semanais, criando um senso de comunidade.
De quebra, ele tem a oportunidade de divulgar a Expire, sua startup de terapia online. Meu episódio favorito do podcast, aliás, é o de número 28, onde o Lucas Morello conta sobre como é ter depressão.
3 – Telegram
O Podcast Nômade me apresentou também o Telegram. Quer dizer, eu obviamente já o conhecia, mas não enxergava valor na ferramenta.
O Heitor criou um canal onde seus ouvintes e convidados podem trocar suas experiências sobre a vida na estrada. De novo o senso de comunidade.
Outro exemplo legal, e aí mais voltado para negócios, é o canal que o Tiago Henriques, que citei no meu último texto sobre audiência orgânica nas redes sociais, criou para os seus seguidores do perfil @tira.do.papel no Instagram.
Quase que diariamente o Tiago envia áudios com insights valiosos para a sua audiência. Esse contato mais próximo cria, de novo, o tal senso de comunidade.