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Ao fechar a porta do meu bangalô em uma ilha paradisíaca na Tailândia, reflito sobre o caminho que me trouxe até aqui. Como contei esses tempos, hoje me considero uma pessoa rica. E aqui não falo necessariamente de grana. Meu ativo mais importante é meu tempo. Trabalho em média 6 horas por dia em uma semana com apenas 4 dias úteis – cortei as sextas-feiras; meu próximo objetivo é cortar as segundas. Meu trabalho que se adequa à minha vida pessoal; não o contrário.

Desde meados de 2017 tenho viajado o mundo enquanto trabalho de forma remota. Até escrevi um livro sobre isso – Nômade Digital: um guia para você viver e trabalhar como e onde quiser. O caminho até a Tailândia, no entanto, foi tortuoso.

Corta pra setembro de 2015.

26 anos de idade, desiludido com os rumos da minha carreira, vivendo num apartamento minúsculo do Minha Casa Minha Vida em Tubarão (SC) e ganhando exatos R$ 1.632,00 por mês – este foi, aliás, meu maior e último salário trabalhando como CLT. Ou seja, eu era um fodido.

Seria cretinice da minha parte dizer que bastou eu me planejar para mudar essa situação – também não larguei tudo. Ninguém que mudou os rumos da sua carreira planejou minuciosamente como fazer isso. A verdade é que a vida não está nem aí para o nosso planejamento.

Ok, na minha jornada teve, sim, algum planejamento e ajustes de direção. Também teve, claro, muito trabalho duro – com até 12h diárias de trabalho e semanas com 7 dias úteis. E teve sorte, né? Bastante sorte, eu diria – percebem como os gurus da internet detestam admitir que um dos fatores mais importantes para o sucesso, talvez o maior, é pura e simplesmente a sorte?

Mas, o grande ponto de mudança foi que eu tinha uma visão. Eu estava em busca de algo – ainda que não soubesse exatamente o quê. E é aí que entra o grande responsável por alterar a rota da minha carreira: o LinkedIn.

Recalculando a rota

Como eu mudei completamente o rumo da minha carreira utilizando o LinkedIn

Parte dessa visão começa em 2013. Num momento de reflexão existencial sobre “o que gosto de fazer”, “no que sou bom” e “o que quero fazer da minha vida”, comum a quem está insatisfeito com o seu trabalho, resolvi criar um blog. A escrita era algo que estava florescendo em mim e eu me achava razoavelmente bom. Nascia o matheusdesouza.com.

Ainda que eu não soubesse exatamente como ganhar dinheiro com o blog ou então como produzir conteúdos na internet poderia se tornar um trabalho, eu tinha uma visão, ainda que embaçada, de que eu poderia ser “visto” caso meus textos fossem bons o bastante.

Um tiro no escuro para quebrar as barreiras geográficas que separam o interior de Santa Catarina do resto do mundo.

E aí voltamos para aquele setembro de 2015.

Os artigos até tinham qualidade, mas me faltava a parte técnica. Meus conhecimentos de marketing de conteúdo e de SEO eram básicos. Mesmo me aperfeiçoando com cursos gratuitos e tutoriais no YouTube, os resultados obviamente não apareceram de um dia para o outro e, imediatista que era, fui deixando o blog de lado aos poucos.

Desiludido, abri meu perfil no LinkedIn para fazer o que o senso comum prevê: atualizar meu currículo. Na época eu não tinha grandes experiências e me vi obrigado a alardear pequenos feitos (quem nunca, né?). Porém, um botão em especial me chamou a atenção: “escrever um artigo”.

Até então eu não fazia ideia de que também é possível produzir conteúdos no LinkedIn. Ainda com o objetivo de ser visto, recalculei a rota e trouxe meus artigos do blog para a rede. De novo: eu não sabia exatamente o que estava buscando, mas sentia que poderia ser uma maneira interessante de grandes empresas me descobrirem – muito mais interessante do que ser apenas mais um currículo em meio a tantos.

O tempo mostrou que eu estava certo.

Os humilhados serão exaltados: de fodido a um dos brasileiros mais influentes da rede 🚀

Meu currículo na época até podia não ser grandes coisas, mas sempre fui um profissional criativo, curioso e tinha conhecimento sobre diferentes áreas. E era exatamente isso que eu queria mostrar no LinkedIn.

Comecei a produzir conteúdos quase que diariamente sobre situações do dia a dia no escritório, assuntos que eu estava estudando ou mesmo livros que estava lendo. As publicações raramente passavam de 10 curtidas, mas outros profissionais começaram a interagir comigo – e eu sabia que precisava apenas de uma oportunidade.

O tempo foi passando e eu sofri calado o número de interações com os meus conteúdos foi aumentando gradativamente. Até que um belo dia acordei com dezenas de notificações em meu perfil no LinkedIn: um texto bobinho que escrevi sobre uma estratégia de marketing da banda Radiohead havia viralizado.

A partir daí, mais pessoas começaram a acompanhar o que eu escrevia. Em pouco tempo surgiram propostas para serviços na área de marketing que eu nem oferecia. Resultado: seis meses após começar a escrever no LinkedIn de forma consistente eu estava fazendo freelas que pagavam mais do que eu ganhava como CLT – tudo que bem que não precisava de muito pra isso, né? 😂

E, quando eu já estava me achando o máximo pelo rumo que minha carreira começava a tomar, veio a cereja do bolo: o LinkedIn lançou no final de 2016 sua primeira lista de Top Voices, com os brasileiros mais influentes da rede naquele ano. Adivinha? Meu nome estava entre eles.

A lista ganhou grande repercussão na imprensa especializada e, 1 ano após ter começado a escrever no LinkedIn (foram exatamente 100 artigos e dezenas de publicações no feed), minha sorte começou a mudar. Produzi conteúdos para marcas gigantes como Google, Nubank, Wise Up, PepsiCo, Caixa, Tudo Orna, Hotmart, entre outras, e lancei alguns cursos online que hoje contam com quase 4 mil alunos espalhados pela comunidade lusófona.

Eu sei, essa é uma história bonita de superação e tal, fiz aquela autopromoção marota no parágrafo acima, mas o que você deve estar esperando mesmo são dicas de como utilizar o LinkedIn de forma efetiva para mudar os rumos da sua carreira, não é mesmo?

Só vem.

Como ser relevante no LinkedIn: um mini-guia

Como eu mudei completamente o rumo da minha carreira utilizando o LinkedIn

Todo mundo tem uma história para contar

Eu tenho um canal no Telegram chamado “Aprenda com Matheus de Souza” onde eventualmente envio dicas gratuitas sobre a rede.

Esses tempos fiz duas enquetes. Na primeira, perguntei a frequência com que as pessoas produzem conteúdo no LinkedIn. 54% dos participantes disseram não produzir conteúdos na rede. Então, fiz uma segunda pergunta. Questionei esse grupo sobre o porquê de não produzirem conteúdos no LinkedIn. 50% disseram que não sabem por onde começar.

A verdade é que todo mundo tem uma história pra contar. Hoje minha história é bem mais interessante do que a do Matheus de 2015, mas ainda assim minha versão cinco anos mais jovem tinha algo útil para compartilhar – tanto que o próprio LinkedIn me elegeu como um dos Top Voices.

Uma dica de produtividade, uma indicação de livro, uma ferramenta que lhe ajuda no dia a dia. Sempre vai existir alguém que está neste exato momento no ponto em que você estava quando começou sua carreira. Escreva para essa pessoa. Nenhum conhecimento é básico demais.

Não tenha medo de expor suas vulnerabilidades

Existe uma linha tênue entre marketing pessoal e autopromoção exacerbada. Muita gente ultrapassa essa linha e foca apenas em mostrar seus feitos.

Mas, que tal mostrar suas vulnerabilidades? Que tal escrever sobre os seus erros?

Fracassos não são, necessariamente, coisas ruins. Além de tirar ótimos ensinamentos deles, você pode alertar outras pessoas para que não cometam os mesmos erros que você.

Crie o hábito

Independentemente da rede social, os resultados demoram a aparecer. Por isso, você precisa ser consistente e criar o hábito de produzir conteúdos pelo menos uma vez na semana.

É cansativo ficar um tempão escrevendo um artigo para apenas 5 pessoas lerem? É. Mas faz parte do processo.

Lembra o meu texto sobre o Radiohead? Foi meu artigo de número 30 no LinkedIn. Meus artigos tem uma média de 1 mil palavras cada. Meu livro, Nômade Digital, tem pouco mais de 33 mil palavras. Ou seja, eu praticamente escrevi um livro gratuito no LinkedIn enquanto tentava construir uma audiência.

Esqueça a famosa mensagem padrão de boas-vindas e aprenda a criar conversas

Não tem coisa mais chata do que alguém te adicionar como conexão no LinkedIn e minutos depois você receber uma mensagem padrão sobre networking e blá blá blá e que é um prazer isso ou aquilo e blá blá blá. Me erra, mano.

Quer chamar a atenção de alguém? Esqueça o padrão. Seja autêntico. Aprenda a criar conversas.

Muitos dos negócios e parcerias que gerei nos últimos anos vieram através do LinkedIn. E uma ótima maneira de abordar alguém que você não conhece é através de comentários em publicações.

Contribua com a sua visão em artigos e publicações de terceiros – e por “contribuir” não quero dizer para comentar algo do tipo “ótimo texto”. Dê sua opinião. Crie conversas. Faça isso com frequência nos perfis que te interessam e, quando você menos esperar, vai estar fechando negócios com esses profissionais.

Inbox? Depois de seu avatar estar “conhecido” e você já ter trocado uns dois ou três comentários com a pessoa, uma mensagem do tipo “gosto muito das suas publicações e etc” pode ser uma boa.

Por fim: o tal do “perfil campeão” é o que menos importa no LinkedIn

Especialistas em currículos e otimização de perfis no LinkedIn: por favor não me cancelem depois dessa.

Quer ganhar a famosa estrelinha de “perfil campeão”? Simples. Basta preencher todos os campos do seu perfil. É isso.

Agora, se você quer ter um “perfil campeão” de verdade, ou seja, se você quer que as pessoas te vejam, você precisa ir muito além de preencher seu currículo ou acumular recomendações: você precisa seguir os passos acima e produzir conteúdos úteis para as pessoas.

E por que eu digo isso?

O LinkedIn não é mais um banco de currículos; ele se tornou uma poderosa plataforma de conteúdo. Como tal, o comportamento dos usuários é o mesmo de outras redes: eles entram no LinkedIn e rolam o feed de notícias para consumir conteúdos. Ou seja, raramente alguém clica no seu perfil – isso talvez explique porque recebo convites para tomar café em São Paulo estando claro que não moro lá. 🤷‍♂️

Porém, tenha o cuidado de pensar em um bom título que explique o que você faz – essa parte aparece junto com a sua foto mesmo que a pessoa não clique em seu perfil.

O que realmente importa no LinkedIn é ser útil. Dê um motivo para as pessoas te seguirem.

Quer decolar no LinkedIn? 🚀

Como eu mudei completamente o rumo da minha carreira utilizando o LinkedIn

Se você se animou com tudo isso que escrevi neste artigo, deixa então eu te apresentar meu curso online de Marketing Pessoal e Produção de Conteúdo no LinkedIn.

Em 2018, quando o LinkedIn divulgou sua nova lista de Top Voices, fui citado por um terço dos indicados como referência.

Dos 20 novos nomes, inclusive, 5 foram alunos do meu curso (Eberson TerraKaio SerrateLaís SchulzLaís Vargas e Laíze Damasceno) e contribuem com suas estratégias nas aulas bônus.

No ano seguinte, outros 5 alunos meus também saíram na lista (Adelane RodriguesBruna CosenzaDimitri VieiraMaira Reis e Raíra Venturieri).

Isso significa que o meu curso forma Top Voices? Não necessariamente. Não tenho como garantir isso pra você. Mas, vou te dizer que se você fizer tudo direitinho e ter consistência as chances são grandes, hein?

Agora, uma coisa eu garanto: as estratégias ensinadas no curso vão te ajudar a ser visto na rede.

Garanta a sua vaga neste link.


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Como eu mudei completamente o rumo da minha carreira utilizando o LinkedIn

Escritor, educador e TEDx Speaker. Autor de "Nômade Digital", livro finalista do Prêmio Jabuti.
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