Escrever um livro é algo que está no imaginário mesmo de quem não trabalha com a escrita. Muitas pessoas sonham em ver seu nome na lombada de uma obra, ter uma noite de autógrafos e se tornar um(a) autor(a) best seller. Poucas pessoas, no entanto, tiram seus projetos literários do papel.
E o grande problema nem é conseguir ser publicado. Hoje existem diversas oportunidades para você se tornar um autor. O que impede as pessoas de publicarem seus livros, em grande parte, é o simples ato de escrever.
Meu primeiro livro foi lançado em julho de 2019. Entre a assinatura do contrato com a editora, a estruturação dos capítulos, a pesquisa e sentar a bunda na cadeira para escrever, foram seis meses até a obra ser finalizada. E posso afirmar que, de fato, a parte mais difícil ao escrever um livro é… escrever.
Neste artigo separei algumas lições que aprendi durante este processo com o que você precisa saber antes de escrever um livro.
Crie um sumário
Partindo do pressuposto que você já definiu um tema para o seu livro, chega a hora de estruturar como você o apresentará para o mundo. Escreva o nome dos capítulos numa sequência que faça sentido e, posteriormente, defina subtítulos para cada seção.
Feito isso, escreva sinopses para cada um desses tópicos. Esses títulos e subtítulos provavelmente serão alterados ou mesmo excluídos durante o processo de escrita, porém, ter um norte é essencial para você começar a escrever o seu livro.
Tenha um local para escrever
Parece bobagem, mas essa foi uma das minhas maiores dificuldades. Como nômade digital (e meu livro é justamente sobre nomadismo digital), vivo me mudando de lugar. Exceto por um apartamento super espaçoso e aconchegante que morei ano passado em Arezzo, na Itália, não me senti muito à vontade para escrever nos outros apartamentos por onde passei.
A solução foi trabalhar em cafés ou coworkings. Embora haja o estereótipo do escritor que vai para cafés escrever, confesso que não é a experiência que mais me agrada. Mesmo utilizando fones de ouvido e curtindo minha “playlist da produtividade“, há muito barulho e estímulos externos que podem nos distrair. Em um coworking, no entanto, como todo mundo está lá para trabalhar, você pode se sentir mais produtivo.
Agora, nada supera ter a sua própria “toca”. Apenas quando voltei para o meu apartamento no Brasil percebi como ter um local para chamar de meu, com a minha cara, com as minhas referências e, principalmente, com uma porta que me separe do mundo exterior, faz toda a diferença. Terminei de escrever o livro lá, inclusive.
Defina uma meta diária de palavras
Esqueça esse negócio de só escrever quando você estiver inspirado. Isso é bobagem. Escrever é trabalho –– e dá trabalho. Sente a bunda na cadeira e só pare de trabalhar quando tiver escrito sua meta diária de palavras.
Durante o processo do livro me empenhei em escrever 1000 palavras por dia. Nem sempre eu aproveitava o que escrevia, mas criar esse hábito foi fundamental para desenvolver não só o livro, como meu processo criativo.
O número de palavras, no entanto, deve ser definido de acordo com variáveis como o tempo que você tem disponível para escrever e, claro, sua capacidade de cumprir a meta. Cada escritor trabalha no seu ritmo. Não tente copiar os hábitos de escritores famosos. Stephen King, por exemplo, conta em Sobre a escrita que escreve 2000 palavras diariamente.
Obtenha feedbacks de leitores confiáveis
Uma coisa que aprendi durante o processo de escrita do meu livro é que nossos amigos e familiares não estão nem aí para o que estamos escrevendo –– e também não são leitores confiáveis. E não pense que estou falando isso de um jeito rude.
É comum pedirmos opiniões para as pessoas que nos rodeiam. Porém, no meu caso, por exemplo, não adiantava eu pedir a opinião de um amigo que não é nômade digital sobre um livro de nomadismo digital. Ele não só não teria bagagem suficiente para dizer se estava bom ou não, como por ser meu amigo provavelmente diria que estava bom apenas para me agradar.
Portanto, se você já escreve em um blog e tem leitores confiáveis, aqueles que te acompanham desde o começo, ou tem amigos que você acha que, de fato, teriam algo a contribuir para a sua obra, deixe que eles sejam seus leitores beta. Envie seus rascunhos e peça opiniões sinceras.
Defina prazos
Isso não serve apenas para quem está escrevendo um livro, mas para qualquer profissional que está desenvolvendo um projeto. Definir prazos é fundamental para que você termine de escrever seu livro.
Escrever um livro não é uma tarefa fácil, então você precisa ter foco e disciplina para organizar suas entregas. Pense que se você escrever 1000 palavras por dia terá 5000 palavras em cinco dias e 25 mil palavras em cinco semanas. Planeje-se e tenha consistência.
Faça pausas
Você definiu sua meta diária de palavras e está há algumas horas na frente do computador. Sua cabeça está fritando e você sente que está tendo um bloqueio criativo. Essa é a hora de dar um tempo.
Fazer pausas é fundamental para quem está desenvolvendo um trabalho criativo. Levante-se, tome um café, dê uma caminhada ou faça outro exercício físico. Muitas das minhas ideias surgem enquanto caminho sem rumo.
Alimente-se de referências
Outra dica sobre como não passar por bloqueios criativos é se alimentar de referências. Livros, filmes, séries, músicas… Tudo pode servir de inspiração.
De preferência, consuma conteúdos e obras que não tem nada a ver com a sua área. Você pode fazer algumas conexões que não faria se estivesse preso ao seu segmento.
Esqueça o perfeccionismo
Independente de ser um livro, uma crônica ou um artigo, eu nunca paro meu processo criativo para editar um parágrafo. Limpo minha mente despejando minhas ideias no computador e só depois de atingir as 1000 palavras que paro de escrever para editar.
Deixe sua mente fluir e não se preocupe em escrever parágrafos perfeitos. Tente fazer isso na edição –– mas só quando o texto estiver pronto.
Conte para o mundo que você está escrevendo um livro
Desde que assinei o contrato com a editora tenho falado, seja nas redes sociais ou em mesas de bar, que estou escrevendo um livro. Esse compromisso público com o desenvolvimento do livro coloca uma pressão sobre você –– mas de um sentido legal.
Nos últimos meses recebi diversas mensagens de amigos e leitores curiosos com o andamento do livro. Isso além de me motivar, deu um senso de urgência na entrega do livro para a editora.
Sobre o meu livro
Nem nos meus melhores sonhos imaginei que seria finalista do Prêmio Jabuti, a maior honraria literária do Brasil, logo com o meu primeiro livro. Mas, foi o que aconteceu com Nômade Digital: um guia para você viver e trabalhar como e onde quiser, um dos 5 finalistas na categoria Economia Criativa.
Quem sabe isso sirva de inspiração para você escrever o seu primeiro livro!
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