Em tempos pandêmicos, onde apenas 7 países estão abertos para brasileiros com restrições leves – outros 100 estão com restrições moderadas e o restante com suas fronteiras fechadas –, os livros podem ser bons companheiros para conhecermos diferentes culturas, costumes e histórias.
Ler um livro é viajar sem sair de casa. Se transportar para os lugares narrados pelos autores, se aventurar com os personagens e sonhar em recriar seus passos.
Os livros aqui listados, em forma alfabética, foram escritos por autores e autoras viajantes. Romances, devaneios, crônicas, relatos, diários, dicas. Tem de tudo. Aproveite e… boa viagem!
1 – Do For Love: o que acontece quando você une sua paixão por viajar com sua vontade de ajudar?, por Leticia Mello
Nascido da ânsia da autora de fazer algo impactante na vida de outras pessoas, o projeto Do For Love foi uma idealização que se transformou em uma viagem de voluntariado e autoconhecimento pela Tailândia, Camboja e Vietnã.
Procurando testar seus limites e ajudar os outros de maneira espontânea e verdadeira, Letícia Mello mergulhou em um mundo diferente do seu e conseguiu, de modo divertido e sincero, se conectar a pessoas e lugares que antes pareciam tão distantes. Uma história leve e emocionante que vai te tocar de várias formas.
2 – Entre Atlas e Oceanos, por Pedro Dalmolin
Com a estreia de Pedro Dalmolin, a literatura brasileira recebe mais uma grande revelação quando se trata de grandes aventuras. Entre Atlas e Oceanos é um livro de contos sobre histórias de viagens, alguns fictícios, outros nem tanto. Os acontecimentos se passam, por exemplo, na cidade perdida de Petra, Bangkok e em algum lugar na Itália.
São histórias de libertação, amor, descoberta, medo, angústia, tudo o que uma viagem pode nos passar. É um livro de viajante para viajante. Cada conto retrata uma situação distinta que pode acontecer com qualquer pessoa. Perder voo, conhecer amores na estrada, largar tudo e ir em busca de um sonho, se meter em bairros sinistros, todas essas situações que já se passaram pela vida do viajante.
3 – Ioga para que não está nem aí, por Geoff Dyer
Deriva horizontal, título do primeiro capítulo de Ioga para quem não está nem aí, define este livro quase indefinível, que não se encaixa nas classificações das estantes das livrarias.
Como cada capítulo se passa em um local diferente, parece que estamos diante de um livro de viagens; porém, apesar dos vários destinos exóticos, há pouco turismo profissional na narrativa refinada do autor Geoff Dyer.
Algumas páginas são “viagens” alucinantes e hilárias, regadas a cogumelos ou maconha; outras são viagens introspectivas, motivadas pela visão de ruínas romanas ou da deterioração urbana de uma cidade do alto capitalismo. E, ao longo de quase todas elas, corre um fio tênue que serve de amarração para os textos de outro modo independentes: o da viagem de busca, movida pela insatisfação de estar aqui e o desejo de estar em outro lugar, uma busca indefinida por alguma coisa essencial, profunda, de conciliação consigo mesmo e com o mundo.
4 – Lugares distantes: como viajar pode mudar o mundo, por Andrew Solomon
Andrew Solomon ― um dos pensadores mais originais de nossa época ― reúne neste livro escritos sobre lugares que passaram por abalos sísmicos culturais, políticos ou espirituais. Passando por lugares tão diversos quanto África do Sul, Brasil, China, Romênia, Ilhas Salomão, Equador, Taiwan, Mongólia, Antártica e Líbia ― foram sete continentes e 83 países ―, Lugares distantes traz uma janela única sobre a própria ideia de transformação social, vista sobretudo pelos olhos das pessoas comuns.
Figuras como ex-prisioneiros políticos, vítimas de estupro, garçonetes trans, xamãs e outros excluídos da sociedade são boa parte das fontes do autor. Com seu brilhantismo e compaixão característicos, Solomon demonstra tanto como a história é alterada por indivíduos quanto como as identidades pessoais são alteradas quando governos mudam.
5 – Mas você vai sozinha?, por Gaía Passarelli
Mulheres que viajam sozinhas com certeza já ouviram essa pergunta. Seja em outro continente ou na cidade vizinha, é sempre um ato de coragem decidir conhecer um lugar por conta própria. Em Mas você vai sozinha?, Gaía Passarelli fala com sinceridade e bom humor sobre suas aventuras sozinha pelo mundo.
Acima de tudo, este é um livro que fala sobre ser mulher e, ao mesmo tempo, ser livre pra viajar por aí sem companhia, sem medo e sem preconceito.
6 – Nascido do crime: histórias da minha infância na África do Sul, por Trevor Noah
A jornada extraordinária de Trevor Noah ― da infância sob o apartheid, na África do Sul, à bancada de um dos mais importantes talk shows dos Estados Unidos ― começou com um ato criminoso: seu nascimento. Trevor nasceu de pai branco e mãe negra, numa época em que essa união era punível com cinco anos de prisão. Prova viva de um crime, ele era mantido em segredo, uma das medidas extremas que sua mãe era obrigada a tomar para escondê-lo do governo, que a qualquer momento poderia levá-lo. Finalmente livres com o fim do apartheid, Trevor e a mãe embarcam numa grande aventura, abraçando as oportunidades conquistadas após séculos de lutas.
Nascido do crime é a história de um jovem inquieto, que se sente deslocado tanto nas áreas dos brancos quanto nos subúrbios dos negros. É também a história do relacionamento desse jovem com sua mãe destemida, rebelde e fervorosamente religiosa ― uma mulher determinada a salvar o filho do ciclo de pobreza, violência e abusos.
7 – Sem gentileza, por Futhi Ntshingila
Em meio ao apartheid, nos guetos da África do Sul, mãe e filha precisam sobreviver em um ambiente marcado pela pobreza e pelo medo da AIDS. Sem gentileza traz uma história de superação de cruéis adversidades, mas também conta a trajetória de libertação pessoal de uma mulher orgulhosa e de uma menina que se torna adulta cedo demais.
Em uma narrativa polifônica que se multiplica ao avançar, o romance da autora sul-africana Futhi Ntshingila nos permite conhecer mais de uma mulher, mais de uma África e mais de um tempo, um mosaico bem amarrado por firmes cordas de coragem.
8 – Um brasileiro em Berlim, por João Ubaldo Ribeiro
Um dos nomes mais reconhecidos da literatura brasileira na Alemanha, o imortal João Ubaldo Ribeiro foi convidado pelo DAAD, um programa de intercâmbio alemão, para realizar um roteiro literário pelo país.
Assim que chegou à Alemanha em 1990, o escritor baiano ganhou uma coluna no jornal Frankfurter Rundschau. O resultado foram crônicas bem-humoradas reunidas no livro Um brasileiro em Berlim, sucesso editorial no país germânico.
9 – Um lugar na janela, por Martha Medeiros
Em Um lugar na janela, a cronista Martha Medeiros abre espaço para a viajante. Aqui não há nada inventado, tudo aconteceu de verdade: as melhores lembranças, as grandes furadas ainda em tempos pré-internet, as paisagens de tirar o fôlego.
A autora compartilha com seus leitores as mais afetuosas memórias de viagens feitas em várias épocas da vida, aos vinte e poucos anos e sem grana, depois, já mais estruturada, mas com o mesmo espírito aventureiro, e com diversos acompanhantes: as amigas, o marido, as filhas, o namorado, não importa a companhia, vale até mesmo viajar sozinha.
10 – Viajante solitário, por Jack Kerouac
Em Viajante solitário, o escritor Jack Kerouac apresenta oito textos autobiográficos onde conta suas andanças mundo afora.
Escritos com toda a espontaneidade e inventividade do autor, são relatos de viagens feitas por trem, por mar e por autoestradas. Entre os lugares visitados estão Marrocos (onde Kerouac encontra-se com o também escritor William Burroughs), França, México e várias facetas dos Estados Unidos.
Bônus – Nômade Digital: um guia para você viver e trabalhar como e onde quiser, por Matheus de Souza
Bom, não poderia deixar de citar meu próprio livro, né? Nômade Digital é um guia para você que quer viver e trabalhar como e onde quiser – escrevo este texto direto da Cidade do Cabo, na África do Sul, enquanto trabalho de forma remota.
No livro, que foi finalista do Prêmio Jabuti 2020 na categoria Economia Criativa, mostro o passo a passo para aqueles que estão pensando em abandonar a vida de escritório.
Desmistificando o estereótipo de “mochileiro itinerante”, revelo como se preparar para viver todos os lados desta jornada: o lado glamouroso das viagens e experiências exóticas e também o lado das dificuldades em lidar com orçamentos apertados, contratempos, trabalho remoto, além de surpresas nada agradáveis.
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