Você já esteve ou está na merda?
Eu já estive.
Quando nos vemos nessa situação não conseguimos enxergar a saída. Você culpa o mundo ao seu redor. Você culpa as pessoas ao seu redor. Você se faz de vítima do sistema.
É mais cômodo. É mais fácil do que aceitar que, sim, você se colocou naquela situação. Suas escolhas foram responsáveis por toda a merda. Todo esse vitimismo é bullshit.
O fundo do poço está próximo. O que vem a seguir?
Buscamos ajuda. Psicólogos, coachs, gurus do YouTube.
Buscamos conhecimento. Livros, cursos, artigos no LinkedIn.
Queremos que alguém nos diga o óbvio. E há um mercado sedento esperando para curar nossas feridas. Autoajuda, autoconhecimento, desenvolvimento pessoal, seja lá qual alcunha você queira empregar, esses caras estão prontos para lhe dizer o óbvio.
Sim, o óbvio. Aquilo que todo mundo sabe, mas que precisa ser dito por um terceiro. E desconhecido, de preferência.
E se você leu até aqui, não me entenda mal. Eu acho que o que esses caras fazem é fantástico. E te digo o porquê.
Quando eu estava na merda, não tinha grana pra ir num psicólogo ou contratar um coach. Busquei a salvação no YouTube. Conheci caras como Erico Rocha, Gabriel Goffi, Conrado Adolpho, Bel Pesce — sim, ela mesmo — entre tantos outros que hoje são vistos com desdém e chamados de empreendedores de palco, entre outros adjetivos nada legais — é cool odiá-los.
Hoje não os sigo mais porque penso que temos que estar em constante movimento e já suguei o que tinha pra sugar — agora bebo direto da fonte: Tim Ferriss, Charles Duhigg, Austin Kleon, entre tantos outros caras que tiveram seus métodos e técnicas importadas.
Bom, pois eu vou te falar que o contato diário com o que esses caras tinham pra falar me ajudou pra cacete.
E qual a razão de eu ficar puto quando vejo alguém os xingando ou chamando de gurus de forma pejorativa? Eu consumi apenas o conteúdo gratuito que esses caras oferecem. Conteúdo gerado pra uma estratégia de marketing que visa vender seus cursos e livros, mas ainda assim, conteúdo gratuito. Pra um cara que está na merda, isso faz uma diferença gigantesca. Você sabe do que eu estou falando.
Até aí tudo bem.
Sou grato pelo conteúdo desses caras, mas aí vem o toco y me voy: eles não mudaram minha vida. Hoje vejo isso com clareza. E o documentário “Eu não sou seu guru“, do Tony Robbins, o qual falarei mais adiante, me abriu a mente.
Você é responsável pelas suas escolhas, cacete!
O que a gente não se toca quando enche a boca pra falar que fulano mudou a nossa vida é que, na realidade, nós somos os responsáveis pela mudança. Não o Erico Rocha, não o Gabriel Goffi, não o ~guru~ a sua escolha.
Eles são apenas caras compartilhando o que sabem, tentando ajudar as pessoas e fazer algum dinheiro — sim, os gurus modernos não vivem em templos budistas, eles tem contas pra pagar, eles querem ter uma vida legal (assim como você).
Então, quem é o responsável pela mudança?
Você.
Sabe quando eu estava na merda e imergi no conteúdo desses caras no YouTube? Esse foi o ponto de mudança. Foi isso que mudou a minha vida. Foi isso que salvou a minha vida. Eu percebi que meu mundo estava saindo dos eixos e procurei ajuda — do jeito que eu podia na época. Mas eu me mexi. Eu escolhi mudar de vida. E mudei.
Eu mudei minha rotina. Eu mudei meus hábitos. Eu estudei tudo o que podia sobre marketing digital. Eu aperfeiçoei minha escrita. Eu parei de reclamar.
E hoje eu compartilho o que aprendi nessa jornada de autoconhecimento. Só que eu não sou seu guru. E aí entra o Tony Robbins.
Estar na merda é uma condição — ficar na merda é opção!
Bom, se você nunca ouviu falar nele, o que precisa saber é: ele é foda! E desbocado, assim como eu.
O cara fez fortuna por ser, supostamente, generoso. A missão dele é ajudar as pessoas. E aí, claro, entramos no dilema do ~guruzismo~. O Tony é um dos caras que popularizou a tal Programação Neurolinguística (PNL), então, ao assistir seu documentário, fica difícil julgar se o que ele faz é fake ou não. Justamente porque ele é foda. E se comunica como ninguém.
Mas meu ponto não é esse.
Eu acho o Tony foda porque ele apareceu na minha vida num momento bem diferente de quando eu estava na merda.
“Eu não sou seu guru, eu não vim aqui para consertá-los porque vocês não estão quebrados e eu sei disso. Mesmo se acham que estão quebrados, eu lhes mostrarei que não estão“. — Tony Robbins.
Essa frase. Essa frase blew my mind, como dizem os yankees.
Isso vai totalmente de encontro ao que falei lá no começo.
Estar na merda é uma condição. Ficar na merda é opção. (mano, citem isso por aí e me marquem, pelamor! haha)
Eu já contei um pouco da minha história e do meu trabalho aqui e aqui e talvez vocês já estejam de saco cheio de ouvir que eu sou um moleque que nasceu e mora no litoral de Santa Catarina e saiu da merda total, do absoluto zero, e se tornou um Top Voice do LinkedIn — por mais que pra muitos isso não seja grande coisa, pra mim é um puta reconhecimento.
Mas vou te falar que não digo essas coisas como autopromoção — tá, um pouquinho —, meu intuito aqui é mostrar justamente isso: ficar na merda é opção. Sempre existe uma saída. Sempre.
Vejam essa mensagem que recebi esses tempos e leio sempre que estou triste:
Eu chorei lendo isso. Principalmente, por ver meu propósito materializado.
O que ocorre é que o mérito é todo, todo, dessa pessoa que não citarei o nome. Não meu, não dos médicos, não dos familiares. Cada um fez o seu trabalho. Eu disse o óbvio, os médicos a operaram, os fisioterapeutas ajudaram na recuperação. O poder da mudança, a escolha, o sair da merda, só foi possível porque ela procurou isso.
Mas, e os ~gurus~?
Bom, aqui entramos em outra seara.
Não sei quem popularizou essa porra de termo, mas há uma corrida do ouro para ser o próximo guru. Ou o próximo Top Voice, conforme me relatou o grande ser humano chamado Fabiano Caxito em conversa recente — segundo ele tem até uns caras que “cortaram relações” por entenderem que são concorrentes na produção de conteúdo que, aparentemente, visava apenas ajudar as pessoas...
Não há problema algum, repito, não há problema algum em você querer ser uma autoridade digital em sua área, inspirar pessoas, ajudar o próximo, etc. Pelo contrário: isso é demais e vai de encontro com tudo o que escrevi aqui. E inclusive eu mesmo estou criando um curso online sobre Marketing Pessoal e Produção de Conteúdo no LinkedIn. Mas, meu propósito não é só ganhar dinheiro, eu quero que as pessoas tenham as mesmas oportunidades que eu tive. É por isso que compartilho meu conhecimento. Por que? Porque eu já estive na merda.
O ponto é: se seu propósito é só fama, número de seguidores e dinheiro, caia fora. Não machuque quem está na merda.
Agora, se seu propósito é, de fato, ajudar o próximo, seja cuidadoso. Não diga aos outros o quê eles devem pensar. Diga como devem pensar. Permita que eles encontrem suas próprias respostas. Como? Através de boas perguntas. Você não tem — e nunca terá — as respostas para os problemas dos outros. Não diga o contrário.
Quanto a mim, eu não sou seu guru. Não me peça respostas: o máximo que posso te dar são mais perguntas.