Escrever um livro é o sonho de muita gente. Também era o meu e, como autor publicado e finalista do Prêmio Jabuti, a maior honraria literária do país, confesso que poucas coisas me emocionaram tanto em termos de carreira quanto ver uma obra escrita por mim na prateleira de uma livraria. É um sentimento único de realização.
E vou te falar que a parte mais difícil quando falamos do livro em si não é ser publicado: é escrever. Afinal, livros não se escrevem sozinhos.
Para início de conversa, não é só “sentar a bunda na cadeira e escrever”. A escrita não funciona assim. Existe todo um processo.
Você gastará um bom tempo com pesquisa, depois escreverá uma frase, essa frase se tornará um parágrafo, você vai cortar coisas desse parágrafo e, se der sorte, depois de algumas semanas terá um capítulo. A escrita de um livro é fragmentada.
Nem preciso dizer que planejamento é algo primordial, então vou pular essa parte e te ajudar com outras cinco lições que aprendi durante o processo de criação do meu primeiro livro.
1 – Insira um espaço na sua rotina diária para o livro
Meu livro tem pouco mais de 33 mil palavras. Em um raciocínio preguiçoso e utópico para autores de primeira viagem, posso dizer que escrevendo 2 mil palavras por dia durante 3 semanas e meia (excluindo finais de semana) você escreve um livro do tamanho do meu – 192 páginas.
O problema nessas receitas de bolo de escrever tantas mil palavras por dia durante tantas semanas é que a escrita, principalmente a escrita de um livro, não funciona assim.
Você deve levar em conta que o processo envolverá muita pesquisa, que muito do que você escrever não será aproveitado e que haverá dias em que você simplesmente não conseguirá escrever uma palavra sequer.
Eu imagino que você tenha seu trabalho em tempo integral, talvez tenha filhos e uma rotina em que sobre pouco ou nenhum tempo para escrever. Então a dica é cortar temporariamente coisas da sua rotina que não são obrigações e preencher este espaço com o livro.
O que eu fiz: Sacrifiquei meu sono e parte da vida social. É o ideal? Provavelmente não. Boa parte do meu livro foi escrito enquanto eu viajava o mundo. Para conciliar minha produção de conteúdo na internet, os cursos e mentorias que ofereço e ainda conhecer um pouco das cidades onde morei temporariamente na época em que vivia uma vida nômade, passei a acordar cada vez mais cedo e a sair menos durante a noite. Escrever um livro exige alguns sacrifícios pessoais.
2 – Crie uma estrutura para o livro
Não pense que você irá abrir seu editor de texto e sair cuspindo palavras aleatoriamente. Você precisará de um mínimo de organização.
Se você já escreveu um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) na faculdade provavelmente se irritou com a estrutura que devemos seguir para garantir a aprovação. Pois bem, o TCC é um ótimo exemplo de como criar uma estrutura para um livro.
O projeto de um TCC começa com a definição dos objetivos geral e específicos. Eles são responsáveis por apresentar o direcionamento da pesquisa e os resultados esperados com o trabalho acadêmico. Pois bem, qual o direcionamento do seu livro e quais resultados cada capítulo vai entregar?
O que eu fiz: O tema do meu livro é nomadismo digital. No meu caso, pensei em um subtítulo que mostrasse seu direcionamento (“um guia para você viver e trabalhar onde quiser”) e a partir daí criei um sumário detalhado com temas específicos que eu deveria tratar.
Na imagem acima você encontra a estrutura do capítulo 8 do meu livro – o software utilizado por mim é o Scrivener. Saber o que eu deveria abordar em cada um dos tópicos facilitou muito o processo de escrita.
3 – Defina prazos e torne-os públicos
O segredo da produtividade? Prazos apertados.
Meu livro foi lançado através da editora Autêntica Business. O processo foi simples: eles me convidaram para publicar um livro e pouco mais de um ano após a assinatura do contrato “Nômade Digital” foi lançado.
Eles não me deram um prazo, mas deixaram claro que quanto mais rápido eu entregasse a versão final, mais rápido o livro seria publicado. Meu editor garantiu que se eu terminasse de escrever a obra até dezembro de 2018, o livro seria publicado em julho de 2019. E assim foi.
O que eu fiz: Avisei nas minhas redes sociais que o livro seria publicado na metade de 2019 antes mesmo de escrever a primeira linha. O compromisso público é importante. É sua reputação que está em jogo. Dia 31 de dezembro de 2018, como um bom aluno que deixa as coisas para última hora, entreguei a versão final do livro. Dia 31 de julho de 2019 ele foi lançado – lançar um livro envolve coisas como edição, revisão, projeto gráfico, etc.
4 – Shit happens 💩
A vida é cheia de eventos imprevisíveis. Você pode ter um problema de saúde, ser demitido, terminar um relacionamento – aconteceu comigo durante o processo de “Nômade Digital“ – ou ser preso por sodomia, como aconteceu com Oscar Wilde em 25 de maio de 1895.
Por ter sacrificado meu sono muitas vezes, meu corpo também começou a dar sinais de esgotamento – físico e mental.
Em resumo, os últimos dois meses do processo de escrita de “Nômade Digital” foram bem estressantes e muitas vezes perdi o controle do primeiro item deste texto. Em alguns momentos tive que cortar o livro da minha rotina para… viver.
O que eu fiz: Tentei não surtar. E bebi muita água. Estar hidratado é fundamental.
5 – Escrever um livro e publicar um livro são coisas bem diferentes
Publicar seu livro através de uma editora é um processo que pode levar meses – ou anos. Se você não recebeu um convite como eu, terá que enviar seu original para avaliação. A resposta, seja ela positiva ou negativa, é demorada.
A autopublicação é a outra rota viável, mas requer um conhecimento especializado. Não é simplesmente enviar seu arquivo do Word pra Amazon. Requer um conjunto de habilidades que vai bem além da escrita.
O que você pode fazer: Se você pretende publicar seu livro de forma digital, o programa Kindle Direct Publishing (KDP) da Amazon é o mais indicado.
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- Desenvolvimento Pessoal;
- E por aí vai…
Eu vou te ajudar com:
- Outline (uma espécie de mapa mental do livro; a estrutura);
- Referências;
- Leitura crítica;
- Revisão e correções (de estilo, linguagem e estrutura);
- Acompanhamento gradual do processo de escrita;
- Preparação do manuscrito a ser enviado para editoras (se for o caso).
Este serviço também é indicado para quem sente a necessidade de encontrar e desenvolver a sua própria voz na escrita. Em todos os casos, farei uma análise crítica dos seus escritos.
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