Há tempos outros creators e leitores me dizem: “Matheus, você deveria estar no Substack, é a plataforma perfeita para escritores”.
Em meados de 2021 abri uma conta na rede/plataforma para tentar entender melhor o seu funcionamento, assinei algumas newsletters e desde então venho pensando em um formato que faça sentido dentro da minha produção literária/de conteúdo.
Além da minha newsletter principal que existe desde 2015, também tenho uma no LinkedIn focada em nomadismo digital.
A newsletter principal funciona dentro de uma plataforma de e-mail marketing (ActiveCampaign), onde tenho total controle de dados e performance.
A do LinkedIn, embora a ferramenta se autodenomine uma newsletter, passei a enxergá-la apenas como mais um recurso de texto da rede: apesar de ter mais de 65 mil assinantes, não tenho acesso aos endereços de e-mails; tampouco às métricas de performance.
Ou seja, se o LinkedIn é o dono dos dados, ele também é o dono da newsletter – por isso parei de tratar a “suposta” newsletter do LinkedIn como uma newsletter.
Agora voltemos para o Substack.
O Substack é, ao mesmo tempo, uma ferramenta de newsletter e uma rede social, onde os escritores tem total acesso aos dados – endereços de email, métricas, etc.
Funciona como rede social porque qualquer um pode ler os conteúdos sem ser assinante e existe um recurso de “recomendações” onde assinantes de outras newsletters podem descobrir a sua – como um algoritmo de rede social que mostra perfis similares.
Esse é o melhor dos dois mundos e estou há um bom tempo convencido de começar um projeto literário/de conteúdo no Substack.
Tenho visto escritores famosos, principalmente dos Estados Unidos, lançando newsletters pagas em diferentes formatos – livros onde capítulos são liberados aos poucos, bastidores sobre o processo criativo de uma obra em andamento, etc.
Particularmente, não vejo esse formato de newsletter paga funcionando no Brasil. Tiro como exemplo minha breve experiência escrevendo na Folha de S.Paulo: muitos de vocês nunca leram os meus textos por lá por causa do paywall. Então, de que me adianta a suposta visibilidade de um veículo de massa?
Em 2019 decidi escrever um livro de crônicas com as minhas viagens ao redor do mundo. Desde então reuni muito material, entre anotações e rascunhos, mas diversos fatores me impediram de concluir a obra – pandemia, procrastinação, fronteiras fechadas, procrastinação, compromissos profissionais, procrastinação,boletos, procrastinação, etc.
Voltei ao Brasil em maio desse ano, deixei o projeto do livro mais uma vez em stand by e foquei em criar novos cursos que me deem um respiro financeiro para seguir viajando e escrevendo sobre (escrever é o que menos me dá dinheiro; a grana vem dos cursos).
Em um curto período de tempo criei, produzi, gravei e lancei dois novos cursos: Escrita de Viagem e Nômade Digital. Com uma esteira de produtos maior, finalmente posso voltar a trabalhar no livro de crônicas.
Daqui algumas semanas embarco para Cecina, uma cidadezinha na costa da Toscana. Minha esposa deu entrada no processo de cidadania italiana e teremos que ficar 90 dias vivendo na Itália; antigamente eram 45 dias, mas a regra mudou justamente no mês em que vamos para lá.
E é aí que, finalmente, entra o Substack.
Quero aproveitar esse tempo na Toscana para terminar o livro (é chique demais a ideia de escrever um livro na Toscana) e meu objetivo com o Substack é utilizá-lo como uma espécie de diário desse processo, onde narro minha vida cotidiana nessa cidadezinha italiana enquanto escrevo – e quem sabe isso ainda vira um segundo livro, hein?
Os envios serão semanais e a newsletter, que se chamará “Passageiro” (mesmo título do livro de crônicas), já está no ar – os envios começam na próxima quarta-feira (19).
Inscreva-se aqui.
“Passageiro” é e sempre será uma newsletter gratuita. Como eu disse, a grana vem dos cursos.