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Meu estilo musical favorito é e sempre será o bom e velho rock ‘n roll. Nunca fui um grande fã de rap — confesso que muito devido ao estereótipo dos clipes musicais do gênero com carrões, armas, drogas e mulheres semi-nuas.

Mas aí conheci um tal de Kendrick Lamar, suas letras inteligentes e uma mistura inusitada que incorpora elementos de funk americano, poesia declamada e… jazz!

Lamar se tornou rapidamente um dos mais famosos e melhores rappers do mundo. Em 2012, lançou “good kid, m.A.A.d City“, álbum aclamado pela crítica que alcançou o segundo lugar nas paradas da Billboard. O sucesso lhe rendeu sete nomeações para o Grammy no ano seguinte, mas acabou por não ser recompensado com qualquer prêmio.

A consagração veio em 2015, com “To Pimp a Butterfly“. O álbum estreou no topo das paradas e lhe rendeu cinco Grammys, incluindo o de melhor álbum de rap. Usando suas rimas como um veículo para comentar sobre a sociedade e várias questões mundanas, chegou a ser convidado pelo presidente da época, Barack Obama, para discutir políticas sociais na Casa Branca.

Barack Obama e Kendrick Lamar na Casa Branca. Foto: Top Dawg Entertainment.
Barack Obama e Kendrick Lamar na Casa Branca. Foto: Top Dawg Entertainment.

O cara é tão bom que no último ano lançou de forma surpresa uma coletânea com músicas descartadas e demos que não foram finalizadas em “To Pimp a Butterfly“, chamada por ele de “untitled unmastered.“, e o álbum nada convencional alcançou o topo das paradas, recebendo críticas extremamente positivas.

Seu último trabalho, “DAMN.“, lançado em abril de 2017, o consolidou como o maior nome do rap na atualidade, estreando, mais uma vez, no topo das paradas dos Estados Unidos e bombando em serviços de streaming de música como o Spotify — e dessa vez também no Instagram.

Se você utiliza o Instagram, certamente deve ter visto um print como este rolando por lá no último mês — inclusive, no perfil de vários influenciadores digitais. Gosto musical ou ação de marketing?
Se você utiliza o Instagram, certamente deve ter visto um print como este rolando por lá no último mês — inclusive, no perfil de vários influenciadores digitais. Gosto musical ou ação de marketing?

Autenticidade

A autenticidade tem sido a marca registrada de Lamar desde que começou a escrever suas primeiras rimas, aos 13 anos de idade. A forma genuína como utiliza o rap para tratar de discussões políticas e falar de temas pesados como a brutalidade racial e policial nos Estados Unidos é o que leva caras como eu, que nunca deram bola para o rap, a ouvirem suas músicas e se tornarem grandes fãs.

Kendrick Lamar no Grammy Awards, em 2016. Rapper entrou acorrentado e vestido com um uniforme de prisioneiro em apresentação histórica.
Kendrick Lamar no Grammy Awards, em 2016. Rapper entrou acorrentado e vestido com um uniforme de prisioneiro em apresentação histórica.

Como um profissional de marketing de conteúdo, essa é a principal lição que você pode aprender com Kendrick Lamar: seja autêntico!

Produzir conteúdo, seja na forma de posts, vídeos, infográficos ou vlogs, pode ser difícil. Você pode ficar sem ideias rapidamente. É muito fácil escrever conteúdos pobres e apelar para o clickbaitAqueles conteúdos em que você não acredita, mas sabe que performam bem, saca?

Em qualquer produto que você lança ou em qualquer conteúdo que produz, seu objetivo deve ser buscar a autenticidade. Isso significa acreditar em cada palavra do que você escreve e em tudo o que diz. Seu trabalho deve ser um reflexo de quem você é como profissional e, principalmente, como pessoa — e isso, convenhamos, serve para qualquer profissão.

É por isso que caras como Tim Ferriss e seu “Trabalhe 4 Horas por Semana“, por exemplo, se tornaram tão populares. Ele praticamente documenta sua vida e a publica — seja em forma de livros, vídeos ou podcasts. Ele é autêntico e não tem filtros sobre o conteúdo que produz. Seus materiais estão na forma mais branda possível.

Há uma razão pela qual o conteúdo autêntico é muito mais popular do que aquele que é visto como “mais do mesmo“. Lembra lá no começo do texto quando falo sobre o estereótipo dos rappers? Isso se aplica, no mundo do marketing de conteúdo, aos textos no estilo “X dicas pra você fazer tal coisa“. Tanta gente nesse meio fez mais do mesmo, utilizando-se do clickbait para mascarar textos ruins, que muitos leitores deixaram de clicar em matérias do gênero por estereotiparem o conteúdo por trás do título.

Ser genuíno é a melhor maneira para você construir uma audiência fiel — independente do seu campo de atuação. Além disso, você ficará mais feliz com o trabalho que produzir. E estará muito mais perto de ter sucesso, vai por mim.

Seja mais como Kendrick Lamar em seus conteúdos e menos como os rappers dos carrões, das armas, das drogas e das mulheres semi-nuas.

Escritor, educador e TEDx Speaker. Autor de "Nômade Digital", livro finalista do Prêmio Jabuti.
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