Brasil em crise e o número de desempregados aumentando a cada dia. Não bastasse a situação econômica e política atual do nosso país, o mercado de trabalho está num nível de competitividade nunca antes visto. Critérios como formação superior e fluência em língua inglesa deixaram de ser diferenciais e se tornaram requisitos quase que obrigatórios, por exemplo.
Uma habilidade que tem sido bastante avaliada pelos recrutadores é a capacidade de expressar-se sobre o que acontece na sua indústria. Além disso, a construção de um bom networking também é fundamental. No LinkedIn, profissionais tem a chance de aperfeiçoarem as duas coisas enquanto constroem uma marca pessoal.
Como?
Escrevendo artigos. A criação de conteúdo relevante pode colocá-lo a apenas um post de distância do seu próximo chefe, cliente ou parceiro de negócios.
LinkedIn Top Voices
Em 12 de dezembro do último ano o LinkedIn divulgou a Top Voices, uma lista com os usuários que mais se destacaram em 2016 na criação de conteúdo dentro da rede profissional. Meu nome aparece na terceira colocação e posso afirmar sem sombra de dúvidas que minha carreira mudou completamente naquele dia.
Meu primeiro artigo no LinkedIn foi publicado em 12 de setembro de 2015. De lá para cá foram mais de 100 textos escritos. Aprendi muito neste período, conheci muita gente incrível, construí um sólido networking, recebi diversos convites para as mais diferentes atividades, meus artigos alcançaram mais de 6 milhões de visualizações e, finalmente, gerei muitos negócios devido ao conteúdo criado por mim – aquilo sobre o post de distância.
Muitos já perceberam o poder da criação de conteúdo e estão produzindo seus próprios artigos. Outros tem vontade, mas não sabem por onde começar. Alguns, talvez, ainda não se sintam seguros para tal.
Para ajudar com as diferentes situações enfrentadas pelos usuários, pedi aos meus colegas Top Voices que compartilhassem suas dicas principais sobre produção de conteúdo no LinkedIn. As principais estratégias de publicação, os tipos de conteúdo, a frequência, entre outros conselhos.
Aproveitem!
1) Marc Tawil
Tenho 43 anos e desde que me conheço por gente, escrevo por aí: jornal da escola, jornal mural, redações, pequenos concursos, depois a universidade, as primeiras tentativas para jornais (em forma de carta e mini-artigo estudantil), depois os jornais de verdade… Acontece que a internet mudou todo o conceito de escrita e até do jornalismo.
Ao perceber que, assim como qualquer um, eu podia ter minha própria mídia, meus próprios canais de comunicação, no caso, as redes sociais, vi que poderia produzir mais, quando e como eu quisesse. E falando para quem e sobre o que eu quisesse. No LinkedIn, comecei a escrever oficialmente em janeiro de 2016, como um desafio pessoal de testar meu conteúdo em uma rede mais corporativa e menos social, como é o Facebook. Lá me encontrei e encontrei muita gente legal pelo caminho.
Minha dica primordial é: ofereça um produto de qualidade. Um assunto interessante, com uma visão interessante, rico em informações, números, que envolva pesquisa, referências do passado e do presente e, claro, com português correto – das vírgulas às crases.
Não escrevo pensando em engajamento. Se você vir meus textos, falo de urubus a política internacional, passando por assédio e esporte. No meu caso, os conteúdos que costumam dar mais leituras são aqueles que lançam um outro olhar sobre o hard news – um tema que esteja sendo discutido nas redes ou na mídia naquela semana. E conteúdos mais humanistas, sobre pequenos ou grandes valores às vezes sobrepujados por mantras corporativos. As pessoas querem ler – e eu me incluo nesse grupo – textos de verdade, escritos por gente de verdade, para gente de verdade.
Por fim, seja dedicado, autêntico e coerente. Dedicado ao texto que se vai produzir e ao tempo as pessoas que irão ler. Autêntico para defender propósitos e pontos de vista que não necessariamente agradem a todos, mas que sejam seus. E coerente com o que escreve, afinal, é bastante grave ler posturas contraditórias do mesmo autor. Mudou de ideia? Legítimo, apenas explique o porquê.
2) Michel Lent Schwartzman
Do meu lado, o que acrescentaria é a importância de compartilhar as experiências, no formato que for: texto, palestra, video. Acho que isso é o que eu tenho feito ao longo da vida profissional e tem se mostrado gratificante.
“O objetivo de Lent é dividir o dia-a-dia profissional e seus insights sobre o mercado e comunicação digital. Para o empreendedor, é a partir do compartilhamento e discussão das idéias que ajudamos na construção do conhecimento sobre determinado mercado ou indústria”. (Fonte: LinkedIn)
3) Flávia Gamonar
Escrever pode causar bloqueios em algumas pessoas. Geralmente, ficamos pensando sobre como fazer um início impactante, mas a verdade é que não precisa ter esse receio. Basta começar. Fale com as pessoas como você falaria com alguém no dia a dia, contando uma história.
Se o marketing vem se humanizando e até as marcas tentam uma comunicação mais natural e despojada com o público, nós, mais ainda, precisamos ser humanos também em nossos textos.
As pessoas gostam muito de conhecer histórias, sejam elas de sucesso ou de fracasso. Especialmente as de fracasso, que mostram que nem sempre a vida das pessoas é perfeita como costuma parecer no dia a dia.
Noto que os assuntos relacionados à carreira são os que mais geram engajamento, afinal, todos nós trabalhamos com alguma coisa e na rotina temos momentos felizes e tristes. Principalmente se forem escritos com o coração e fugindo de chavões clichês que ninguém aguenta mais.
“Conforme fui escrevendo pude notar que raramente estaremos cem por cento felizes e plenos, é preciso não criar expectativas tão altas e arrumar um jeito de ser feliz nas pequenas coisas do dia a dia. Um texto que escrevi que teve bastante repercussão foi o “Para todos aqueles que já choraram escondido no banheiro da empresa”, é o segundo mais lido e me mostrou como tem gente insatisfeita no trabalho. Outro que teve bastante comentário também foi o “Acho que nunca serei rica e isso não é ruim”, no qual abordo sobre o excesso de expectativas que criamos, acreditando que só seremos felizes no muito, no dia em que tiver dinheiro sobrando, mas na prática, esse anseio só gera frustrações”.
O caminho é começar. Faça um primeiro texto, publique, acompanhe o resultado. Não será do dia pra noite que vai funcionar. Criar uma audiência é algo demorado, mas que vale a pena. Escrevo desde 2015 e os primeiros textos foram um fracasso, mas aos poucos o cenário foi mudando. Já são mais de 270 artigos e de quase nenhum seguidor passei a ter 300 mil, o conteúdo é realmente poderoso. Não tenha pressa, porque as pessoas percebem se você tenta fazer algo apenas esperando números e resultados, é preciso ser natural. Pense sobre temas que são estratégicos para você e o público que deseja alcançar. Uma dica que sempre dou é que assuntos polêmicos geram bastante visualização, mas até que ponto ele é bom para a imagem profissional que você quer passar? Como ele se conecta ao seu propósito e ao que você quer atrair?
Uma coisa estou certa, ser útil compartilhando informação relevante com seu público dá um certo trabalho, mas é uma excelente forma de se destacar, de mostrar mais sobre você e de atrair parcerias e oportunidades profissionais.
4) Paulo Fernando Silvestre Jr.
Comecei a escrever no LinkedIn assim que a plataforma do Pulse foi liberada no Brasil, parte porque eu adoro compartilhar ideias e conhecimento, parte porque gosto de conhecer gente nova, parte porque sou um “publicador compulsivo”!
Mas depois de 21 meses, 79 artigos, 238 mil seguidores e um título de Top Voice, posso dizer que essa tem sido uma experiência extremamente gratificante para mim. A toda hora me perguntam como me tornei um Top Voice e o que eu ganho com isso. Muitos acham que o LinkedIn me paga algo, e vários se decepcionam quando descobrem que a coisa não funciona assim. Mas eu tenho um ganho muito melhor: conheci MUITA gente (e vários se tornaram clientes e outro tanto bons amigos), e consegui ajudar e tocar a vida das pessoas de uma maneira positiva. E tudo isso de uma maneira superlativa!
“Desde que a lista de Top Voices foi publicada, em dezembro, esse título virou uma espécie de fetiche para muito executivo, que adoraria estampar isso no seu perfil. Muitos já me pediram a “fórmula mágica”, como se pudessem estalar os dedos ou comprar o título. Mas isso não existe! A resposta que dou a todos e compartilho aqui com vocês é: dedicação e coração”.
Claro que tudo começa com uma produção consistente de bons textos. Mas eu sei que tem muita gente escrevendo bem no LinkedIn, até melhor que eu.
Portanto, a minha dica vem com uma pergunta: o que você faz DEPOIS que publica os seus artigos? Eu leio o que as pessoas me escrevem. E respondo TUDO, e genuinamente, com empatia.
Gosto de pessoas e de me relacionar com elas, e isso não se faz com respostas prontas. Reservo uma parte do meu dia para isso, o que faço com grande prazer. E não tenho dúvida que esse é o segredo para esse sucesso. Portanto, quer ser um Top Voice? Prepare-se para relacionar com as pessoas! 🙂
5) Eden Wiedmann
Em “Ei, Eden, como escrevo um texto de sucesso no Linkedin?“, o autor oferece diversas dicas de publicação. Vale a pena conferir!
“A turma quer ler opinião. E opinião sincera e corajosa. Ou auto-ajuda, escolha.
Texto meia-boca, em cima do muro, não rende. Boa parte dos leitores não querem chegar a uma conclusão, eles querem concordar ou discordar. Escolhe um lado e não seja bunda mole.
Se você quer escrever pra agradar todo mundo não vai agradar ninguém. Se tem medo de comentário crítico ou ataques melhor não descer pro play.
Diga a que veio logo de saída, no máximo no segundo parágrafo. Dê a porrada, o resto é argumento e desdobramento.
Textos técnicos demais tem pouco alcance, tente escrever como se fosse explicar pra uma criança. Ou o mais próximo disso. Lógico, a não ser que queira falar apenas com a turma mais técnica”.
6) Murillo Leal
Sempre percebi que meu maior engajamento está exatamente em conteúdos que resolvem problemas das pessoas ou que lhes dá ferramentas reais para enfrentar alguma das suas dores mais concretas.
Meu texto mais acessado, por exemplo, que chama-se “Ter emprego para pagar contas não faz sentido“, pretendeu discutir um sentimento que sempre percebi em conversas com amigos e pessoas da minha geração.
Portanto, acho que o segredo mesmo não é apenas escrever sem objetivo, mas é descobrir uma maneira de ajudar pessoas. Fazer com que pessoas tenham experiências com seu conteúdo.
7) Nadja Pereira
Sempre trago uma experiência pessoal para os meus artigos. Além disso, fujo de polêmicas vazias e não gosto de abordar assuntos do momento – tipo caça-clique. Não tenho nada contra, mas não é o meu estilo.
No caso de falar de uma experiência pessoal, acho que a facilidade das pessoas se identificarem é maior. Os artigos mais bombados que tenho sempre trazem algo neste sentido. É pra pessoa bater o olho e pensar: “Putz! Já passei por isso e que reflexão legal você teve“. Enfim, é o meu estilo e acho que cada um deve descobrir o seu.
8) João Paulo Pacífico
A dica mais importante que tenho nas redes sociais é a autenticidade. Seja você, não queira ser um personagem! Minha missão é inspirar as pessoas, então procuro escrever sobre coisas que toquem a vida do leitor. Sempre busco colocar experiências práticas e teoria, mas de forma leve.
Tecnicamente, quebro muito o texto para facilitar a leitura. Muita gente lê no celular, então, parágrafos grandes ficam cansativos. Listas, negrito e frases ajudam a organizar e tornam a leitura mais fácil.
Nunca publico o texto logo após escrever. Ao reler no dia seguinte consigo melhorar muito. O ideal é eu publicar depois de umas 3 olhadas em momentos diferentes. Gosto do conceito de que escrever é cortar palavras. Nas minhas revisões procuro simplificar, ver o que eu posso retirar e que não vai atrapalhar o entendimento.
Muito importante, também, pensar no título e na imagem. Isso que irá atrair o leitor. Mas só isso não basta! O conteúdo precisa ser muito bom. O próprio Linkedin parou de dar ênfase às visualizações para focar no engajamento (curtidas, compartilhamento e comentários).
9) Taís Targa
Tenha clareza de qual é o seu público alvo, o que ele pensa, quais são as inquietações, dúvidas e dores dos seus interlocutores. Muito artigos que eu escrevi vieram de perguntas ou situações que meus clientes relataram. E na hora de escrever eu me imagino respondendo a esta pessoa, procuro sempre usar uma linguagem mais leve, com um tom informal, como se estivesse escrevendo um e-mail com dicas para um amigo querido.
Os títulos também precisam chamar a atenção, lista de dicas, perguntas, linguagem divertida e com quebra de padrão formal performam bem. Se possível, faça uma pesquisa com algumas pessoas com 3 possíveis títulos e veja o que chama mais a atenção.
Com relação às imagens, figuras com rostos e expressões variadas engajam mais. Quem entra numa rede social, mesmo no LinkedIn, quer ver pessoas. As imagens devem ter uma boa resolução e não necessariamente precisam ter relação direta com o tema. Por exemplo: posso falar sobre entrevista de emprego e usar a imagem de pessoas que expressam sucesso e felicidade. Pode ser até de pessoas rindo e se divertindo, pois uma boa performance na entrevista pode garantir liberdade e felicidade.
10) Edney Souza
Eu escrevo três tipos de conteúdo no LinkedIn:
Conteúdos técnicos
É o tipo de conteúdo que não tem muita visibilidade ou engajamento no LinkedIn, mas serve para consolidar meu conhecimento em uma determinada área, para propagandear meu principal trabalho que ainda é o de consultor e serve de consulta para meus alunos, principalmente em assuntos mais novos onde há pouca literatura em língua portuguesa.
Pseudo auto-ajuda
É o conteúdo onde eu explico algo mais prático do dia-a-dia profissional, quando o profissional se identifica no texto esse conteúdo acaba se viralizando. Eu escrevo esses textos em primeira pessoa detalhando uma experiência pessoal que eu tive, pelo fato de serem situações que eu já vivi o impacto é maior.
Dicas de carreira e recolocação
Nem sempre eu escrevo essas em formato de artigo, muitas vezes escrevo como atualizações, são conteúdos que tem um engajamento grande na timeline do LinkedIn e acabam atraindo novos leitores e contatos.
Bônus: Matheus de Souza, oras!
Depois de tantas dicas incríveis dessa galera fera, fica difícil eu falar algo, né? Mas, vamos lá!
Durante os primeiros meses escrevendo, eu me concentrei em melhorar a minha escrita e encontrar o meu estilo. Eu sempre quis escrever da maneira que eu falo – e isso é mais difícil do que eu pensava. Já falei sobre estilo num artigo sobre marketing pessoal.
Essa é provavelmente uma das lições mais importantes que aprendi:
Escreva da maneira como você fala e pensa.
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Se você se animou com tudo isso que escrevi neste artigo, deixa então eu te apresentar meu curso online de Marketing Pessoal e Produção de Conteúdo no LinkedIn.
Em 2018, quando o LinkedIn divulgou sua nova lista de Top Voices, fui citado por um terço dos indicados como referência.
Dos 20 novos nomes, inclusive, 5 foram alunos do meu curso (Eberson Terra, Kaio Serrate, Laís Schulz, Laís Vargas e Laíze Damasceno) e contribuem com suas estratégias nas aulas bônus.
No ano seguinte, outros 5 alunos meus também saíram na lista (Adelane Rodrigues, Bruna Cosenza, Dimitri Vieira, Maira Reis e Raíra Venturieri).
Isso significa que o meu curso forma Top Voices? Não necessariamente. Não tenho como garantir isso pra você. Mas, vou te dizer que se você fizer tudo direitinho e ter consistência as chances são grandes, hein?
Agora, uma coisa eu garanto: as estratégias ensinadas no curso vão te ajudar a ser visto na rede.
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