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Você pode fazer algum curso. Você pode ler um livro. Você pode se espelhar em outra pessoa.

Mas, se você quer ser dono do próprio nariz, empreender, ser freelancer, ser nômade digital, mudar de emprego, se recolocar, ganhar mais dinheiro, ganhar mais poder sobre a sua vida, ter mais liberdade e autonomia, ou qualquer outra coisa neste sentido, você precisa se tornar um criador.

Muitos tem ideias do que fazer, tem algum sonho, um ou dois objetivos de vida, mas poucos transformam essas coisas em realidade.

Do que você tem medo?

Esses dias me perguntaram isso aqui no LinkedIn:

segredo-sucesso
Dúvida de um leitor.

Tenho 28 anos recém completados e em 2017 comecei a viver a vida que desenhei pra mim. E não pense que estou milionário. Essa vida desenhada é super simples, num estilo meio que minimalista, mas com uma qualidade que nunca antes tive. Hoje trabalho de forma remota, fazendo o que gosto, com meus próprios horários e a mobilidade de trabalhar de onde quiser.

Porém, até pouco tempo eu era um cara completamente frustrado. Sem grana, trabalhando para pagar as contas e sem saber o que fazer da vida. Que caminho seguir, o que e como fazer. Olhava jovens mais novos que eu tendo sucesso em suas áreas e me sentia desesperado.

Naquela época, em tempos difíceis, olhei pra dentro e descobri meu propósito e meus objetivos de vida.

Autoconhecimento.

Basicamente, eu queria um trabalho que me desse prazer, autonomia, flexibilidade de horários e que eu o pudesse fazer de qualquer lugar do mundo. Minha paixão era a escrita e eu queria ganhar dinheiro com isso. Queria viajar o mundo, descobrir novas culturas, pessoas e sabores.

Pela descrição acima e se você me conhecesse naquela época, talvez me achasse um moleque sonhador. Não quer mais nada, né? Vai trabalhar, vagabundo!

Pois bem, eu consegui tudo isso.

Como?

Criando — e trabalhando muito, vagabundo.

Muricy Ramalho
Já diria o Muricy…

Eu criei os textos que eu gostaria de ler. Eu criei os conteúdos que gostaria de consumir. Eu criei o meu trabalho, meu filhoe não um emprego. Eu criei as oportunidades.

Desenhe a arte que você quer ver, comece o negócio que quer gerir, toque a música que quer ouvir, escreva os livros que quer ler, crie os produtos que quer usar – faça o trabalho que você quer ver pronto“. – Austin Kleon, em “Roube como um Artista“.

Claro, isso é algo que funcionou comigo. Não estou dizendo que vá funcionar dentro do seu contexto.

Meu ponto aqui é que você mantenha a cabeça aberta pra isso.

O meu negócio é escrever e empreender, talvez o seu não. Mas, dentro das suas possibilidades e, principalmente, das suas paixões, há espaço para a criação.

Veja.

Eu gosto de textões e de compartilhar minhas opiniões. É por isso que escrevo meus próprios textões com as minhas opiniões.

Eu gosto de romances e de viajar. É por isso que estou escrevendo meu próprio romance sobre uma viagem.

Eu gosto de revelar minhas fotos. É por isso que criei (ainda em fase de testes) um buscador para encontrar lojas que revelem fotos em qualquer cidade do Brasil.

Seja a mudança que você deseja ver no mundo”, disse Gandhi.

Então, voltando a pergunta do leitor, nem eu, nem um psicólogo, nem um coach, nem um guru, nem teus pais, nem Gandhi (até porque ele já morreu) podem te dizer que caminho seguir para alcançar o sucesso. Essa resposta você encontrará internamente. É preciso muito autoconhecimento pra chegar lá.

Tem fórmula mágica? Não. Mas preste atenção no que escrevo abaixo.

Não reclame

Talvez isso soe como uma reclamação, mas leve como um conselho.

Quando eu estava sem grana e sem propósito, eu poderia ter feito como muitos e ficado nas redes sociais reclamando sobre Deus e o mundo. Mas, em vez disso, tentei entender o que estava acontecendo, porque estava acontecendo e o que eu poderia fazer para sair daquela situação.

Entendido isso, me capacitei. Fui atrás das coisas.

Quando decidi fazer meu site, eu não sabia programar uma linha de código. Fui pro Google. Depois pro YouTube. Vasculhei fóruns. O resultado foi esse. Gastei uns R$ 40 para registrar o domínio e tenho um custo de R$ 30 mensais para mantê-lo.

Eu poderia reclamar da falta de dinheiro para contratar um programador. Eu poderia reclamar que é muito difícil para um leigo criar um site. Eu poderia reclamar que não tinha tempo. Em vez disso, eu fui lá e fiz. Do it yourself.

Reclamar é o maior desperdício de tempo e de energia. E isso forma uma bola de neve de negativismo que não é nada legal.

Tenho me policiado bastante neste sentido e, como isso é um exercício diário, tenho notado mais os “reclamões” nas redes sociais.

Algo que sempre me chama a atenção — e me desculpem o termo — é a cagação de regra sobre o que devemos ou não postar em determinadas redes, como o LinkedIn, por exemplo.

Eu também não curto alguns tipos de comportamentos, mas eis aqui o que faço: deixo de seguir a pessoa! É libertador, vai por mim. Você não se estressa escrevendo um textão negativo e de bônus ainda não precisará ver as futuras postagens do chatão ou da chatona!

E isso vale pra tudo.

Como criador, você pode criar sua própria cultura para derrubar aquilo que considera besteira. A minha, além de incluir não seguir reclamões, também me exclui de debates virtuais sobre política. Não que eu seja um alienado político, mas sei o quanto esse comportamento pode ser exaustivo e não levar a lugar algum. Essas discussões são importantes, mas deixe isso pro mundo offline. Dificilmente alguém o agredirá por uma opinião contrária (embora, infelizmente, possa ocorrer) como é comum acontecer nas redes sociais.

Em relação ao meu trabalho como escritor, eu costumava reclamar que a grande parte dos conteúdos criados em blogs ou no LinkedIn eram robóticos, feitos para algoritmos, não para pessoas. Aí tive o toco y me voy: adianta colocar minha energia nisso e, por ventura, ganhar a antipatia de quem faz esse tipo de coisa?

Não.

Continuei quieto, fazendo meu trabalho, me sentindo pleno, sem energia negativa rondando meus textos e os criando exclusivamente para pessoas. e também para algoritmos, quando sou pago pra isso

Pare de consumir

Quer criar mais? Consuma menos.

E não falo de bens materiais.

Talvez você não tenha encontrado sua motivação para criar, mas sabe exatamente quais são suas distrações:

E-mails, redes sociais, deslocamentos, reuniões, sites de notícias, entre outros.

Já ouviu falar de ócio criativo?

Existe um ócio alienante, que nos faz sentir vazios e inúteis. Mas existe também um outro ócio, que nos faz sentir livres e que é necessário à produção de ideias, assim como as ideias são necessárias ao desenvolvimento da sociedade“. – Domenico di Masi, em “O Ócio Criativo“.

Eu estou realmente convencido de que o tédio é necessário para a criação. Hoje temos tantas distrações que dificilmente nascerá um novo Leonardo Da Vinci ou um Thomas Edison, por exemplo.

As novas gerações estão sedadas por iPads, videogames e Netflix. Estamos consumindo muito entretenimento de forma passiva, em vez de sermos criadores ativos.

Corte da sua vida tudo aquilo que tira seu foco. Ou, pelo menos, diminua a dose.

Compartilhe seu conhecimento

Agora que você não compartilha mais negatividade e está focado em devolver coisas boas para a sociedade, capacite os outros. Estes são os melhores criadores.

Gere algum valor sem cobrar nada em troca. Mesmo quando se tornar uma autoridade no que faz. Cobre por serviços ou produtos, mas sempre gere algum valor gratuito.

Veja meu exemplo.

Algumas pessoas acham que sou louco por criar tanto conteúdo gratuito — já são mais de 100 artigos — quando eu poderia escrever um livro com todos esses textos ou mesmo palestrar pelo Brasil.

O que eu faço, além de ser algo socialmente legal, é uma boa tática de marketing. Criar conteúdos gratuitos para as pessoas faz com que oportunidades simplesmente apareçam. Oportunidades que passariam longe de mim se eu, desde o começo, estivesse cobrando por esse tipo de coisa.

No meu caso, palestras e cursos presenciais estão fora de cogitação por causa do estilo de vida nômade que busco. Porém, ainda este ano lanço um curso totalmente online justamente para capacitar outras pessoas através do meu conhecimento. É um projeto ambicioso que não caberia nos meus textos e, financeiramente, não me traria um bom retorno do tempo investido se fosse lançado em forma de livro.

Agora, vocês acham que eu conseguiria alunos se o lançasse assim que comecei a escrever? O fato de eu compartilhar meu conhecimento em tempo real, de forma gratuita, criou essa demanda. É mais um exemplo de oportunidade criada por mim e que pode ser aplicada em qualquer área.

Resposta ao leitor

Talvez eu não tenha a resposta para a indagação do leitor, mas, em última análise, acho que sou “bem-sucedido” porque meus artigos incentivam, capacitam e inspiram outras pessoas a se tornarem as melhores versões de si mesmos.

A felicidade humana está relacionada com a arte e os produtos que criamos. Sim, arte. Veja seu trabalho como sua arte. É por isso que me apresento como escritor, não com outra nomenclatura relacionada ao marketing de conteúdo.

Escritores são artistas e eu enxergo o que faço como arte.

Então, se devo sugerir um caminho, eu diria para se manter confiante enquanto encontra e cria sua arte. Em seguida, tenha confiança para compartilhá-la com o mundo. Feito isso, você terá criado suas oportunidades.

Fácil? Nunca é. Nunca será.

Você vai sentir vontade de desistir? Sim. Várias vezes.

Seja forte.

Escritor, educador e TEDx Speaker. Autor de "Nômade Digital", livro finalista do Prêmio Jabuti.
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