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Na virada do último ano, em meio a crise econômica e política que assola o Brasil, eu pedi demissão. E não deixei meu emprego para assumir uma outra posição numa nova empresa. Me tornei freelancer em tempo quase integral — também sou sócio de uma startup que está rodando um MVP.

Troquei uma suposta estabilidade num período de turbulência para me lançar dentro de um mercado instável.

Podem me chamar de louco.

Mas, nunca estive tão feliz — pessoalmente e profissionalmente falando.

As coisas vão indo bem melhor do que o esperado.

E não pense que agi por impulso. Nunca acredite nestes falsos gurus e empreendedores de palco que dizem para você largar imediatamente o que faz para ir atrás dos seus sonhos. Isso é papo furado. Ou bullshit, como diz um cara aí.

Eu planejei minha demissão — no entanto, confesso que, mesmo assim, tive que arriscar: o planejamento inicial não saiu exatamente como o esperado. No meu caso, o que contrabalançou a parte financeira em que me encontrava foi ter sido eleito o terceiro brasileiro mais influente na rede em 2016 pelo LinkedIn. A lista, algo inesperado e fora do meu alcance, me deu visibilidade e gerou oportunidades de negócio. Não fosse o LinkedIn — e os exatos 100 artigos escritos no último ano, obviamente —, talvez eu ainda estivesse no meu emprego anterior…

O ponto é que, por mais que as coisas estejam dando certo pra mim em tão pouco tempo — considerando o tempo da demissão até hoje, visto que preparei o terreno por um longo tempo —, eu não fazia ideia de algumas coisas da vida de um freelancer quando resolvi apostar neste estilo de vida e de trabalho. E, pra ser sincero, meu primeiro dia trabalhando 100% de forma remota foi assustador.

Por isso, reuni seis aprendizados que eu gostaria que alguém tivesse me dito quando comecei a trabalhar por conta própria.

Antes de começarmos, duas coisas:

  1. Provavelmente, não será fácil no início. Você verá isso nos tópicos a seguir. E eu não quero que este texto soe como uma receita de bolo ou fórmula mágica. Trabalhar como freelancer talvez não seja a resposta que você está procurando.
  2. Se você tem um emprego tradicional das 08h às 18h e gosta dele, então este artigo não foi escrito para você. Eu não estou aqui para dizer que todos devem se demitir e se tornarem freelancers. Isso seria loucura. O mercado de trabalho precisa de vocês. Eu, como freelancer, preciso de vocês. Agora, se você se sente preso ou entediado em seu trabalho atual e anseia mudar de vida, então, mano, estamos falando a mesma língua.

Bom, agora que penso ter esclarecido possíveis interpretações equivocadas do que tenho a dizer, vamos ao que interessa.

1 – Você é o chefe

Obviamente eu não só sabia disso, como foi um fator que pesou em minha decisão de começar a trabalhar como freelancer. O que eu não sabia e nunca havia refletido a respeito, era o significado por trás dessa frase.

Algo que não levei em conta foi que não ter um chefe também significa não ter ninguém para estimulá-lo ou lhe dar um feedback sobre o seu progresso ao longo do tempo. Também significa que não há mais ninguém para lhe perguntar se você já fez isso ou aquilo.

É assustador no começo.

Apenas no segundo mês me dei conta que não estava sendo produtivo. E aí vem o segundo item da lista.

2 – Tenha uma programação

Novamente, parece algo óbvio. Mas, se você não tiver uma programação — e seguí-la —, de nada adiantará não ter que cumprir os horários do seu tempo como CLT.

O que quero dizer é que, em teoria — e não digo nada novo por aqui —, você pode definir suas próprias horas quando é um freelancer. Porém, na prática, significa que é melhor que você realmente defina essas horas, mano. E é aí que alguns sentem falta do escritório.

Por mais que muitos busquem o home office para fugir da rotina da firma, você precisa de uma. É preciso criar hábitos e seguir horários para ser produtivo. Novamente, isso é óbvio, não é mesmo? Mas, quando se trabalha em casa, fica difícil resistir à distrações como seu Playstation ou a Netflix. Ou uma geladeira cheia de cervejas…

No meu caso — e faço propaganda mesmo, ué —, adquiri o Freelancer Doc Box. Troquei umas 2h de trabalho chato dos meus dias por R$ 47,00 — parcela única, nada de mensalidade. Boa parte da rotina de um freelancer pode ser condenada pela má organização. Você pode perder um tempo precioso localizando arquivos perdidos, contatos e outros dados importantes, por exemplo.

Foi pensando nisso que o meu brother Henrique Pochmann, do Aparelho Elétrico, criou uma caixa virtual que contém de modelo de contrato de trabalho à planilha de fluxo de caixa. Tudo pra você se auto-gerenciar como um freelancer profissional. Tenho utilizado todos esses documentos no meu dia a dia e, se você quer otimizar seu tempo e trabalhar melhor, recomendo fortemente que adquira o pacote. Por isso aqui indicando na parceria — não vou meter vocês em roubada.

3 – Prepare-se para falar sobre si — muitas vezes

Um dos meus últimos artigos foi sobre saber se vender.

Como freelancer, especialmente aquele que está apenas começando, você será seu próprio vendedor e assessor de imprensa.

Isso significa que acabará se oferecendo para amigos, familiares e até estranhos que lhe derem bom dia num café. Algumas pessoas adoram isso, mas não todo mundo. Eu fico no segundo grupo. Tem sido difícil.

4 – Em alguns dias, você não terá absolutamente nada para fazer

Nossa! Maravilha, né?

Se você pensou isso, volte para o item 1.

Como freelancer, nada é colocado no seu calendário automaticamente. Tudo — cada reunião, Skype, café — tem que ser programado por você. Isso significa que, cedo ou tarde, haverá dias onde você não terá nada programado.

Alguns acham isso incrível. Mas, lembre-se do item 1. Você é seu chefe. Ao invés de ficar procrastinando, tente ir atrás de novos negócios. Afinal, é o seu trabalho.

5 – Invista em si mesmo

Muitas empresas que conheço investem em seus colaboradores. Cursos, treinamentos, palestras, eventos. Mas, e quando se trabalha por conta própria?

Bom, dá uma olhada de novo no item 1.

Acho que a dica principal aqui pra quem trabalha por conta própria é participar de eventos. Isso fortalece seu networking e o faz ficar ligado nas tendências do mercado.

Alguns eventos, inclusive, contam com happy hour e cerveja liberada… Aí já viu!

Cursos online também são uma boa para preencher seu tempo ocioso — aquele do item 4. Ano passado fiz um curso que me ajudou muito nessa transição. Como falei anteriormente, você precisa se vender. E esse curso me ajudou muito nisso.

Falo do curso de Gestor de Marketing do professor Olímpio Araújo Junior. Ele é pago, obviamente, mas vale o investimento. Totalmente indicado para quem deseja atuar profissionalmente com marketing digital e para empreendedores, empresários ou profissionais liberais que precisam fazer seu próprio marketing. Não é necessário formação anterior, o curso foi preparado para capacitá-lo para aplicar as principais ferramentas e estratégias de marketing digital passo a passo, do básico ao avançado.

Livros também são um baita investimento. Recentemente, falei sobre 15 livros que mudaram minha vida. Talvez algum(uns) te ajude(m)!

6 – O freelancer, ele mesmo e o computador

Essa parte eu não imaginava que sentiria tanto.

Como meu trabalho é, basicamente, escrever, sempre imaginei que a situação ideal seria trabalhar completamente sozinho e numa sala só minha.

Hoje trabalho em casa, transformei um quarto do meu apartamento num escritório, mas confesso que sinto falta do contato com meus antigos colegas de trabalho.

Por mais que eu tente ser o mais produtivo possível, de vez em quando dou uma olhada no que está rolando na internet. Era comum, por exemplo, eu chamar alguém para ver algum link sobre alguma besteira qualquer. Mas, e agora, que passo o dia sozinho?

A solução que encontrei foi tentar ser mais social nas redes sociais. É bom para retomar antigos contatos e manter as amizades aquecidas. Não é a mesma coisa, mas preenche aquele vazio momentâneo.

***

Se você pretende fazer essa transição e se tornar um freelancer, eu adoraria responder suas dúvidas nos comentários. Me fale dos seus medos, talvez eu possa te ajudar. Também estou aprendendo a lidar com esta nova fase da minha vida, mas não estou mais no início da jornada. Isto está realmente acontecendo! Eu sou um freelancer!

Escritor, educador e TEDx Speaker. Autor de "Nômade Digital", livro finalista do Prêmio Jabuti.
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